Um esforço satisfatório.
Este filme retrata a vida de Jean-Baptiste Grenouille, um perfumista francês cujo génio se transforma em loucura. Dirigido por Tom Tykwer, que também colaborou no roteiro ao lado de Andrew Birkin e Bernd Eichinger, apresenta Ben Whishaw no papel principal ao lado de Alan Rickman e Dustin Hoffman.
Qual a fronteira entre genialidade e loucura? É difícil defini-lo e este filme faz-me meditar sobre isso. É um filme que nos desafia positivamente, a que é difícil de ser indiferente. Ou se gosta, ou se odeia. Com base no romance de Patrick Süskind, o filme soube como ser fiel ao texto sem se tornar previsível. O roteiro é bom, mas é muito morno e, apesar do suspense, não é capaz de criar momentos de tensão antes do fim, que é explosivo e chocante para o público mais impressionável. Talvez seja por isso que tantos críticos têm sido tão duros com este filme.
Sim... tem várias falhas: apesar de cumprirem o seu papel, a banda sonora passa despercebida, os figurinos são comuns, a maioria do elenco foi satisfatória mas não brilhou... Por outro lado, essas falhas são compensadas por uma boa fotografia, cenários visualmente atraentes, um narrador com uma boa dicção e, acima de tudo, pela boa interpretação de Ben Whishaw, que conseguiu dar à sua personagem uma dicotomia de personalidades e sentimentos que me lembrou "Dr. Jekyll e Mr. Hyde". Por tudo isso, e apesar de estar longe da perfeição, este filme é aceitável e tem momentos de qualidade. Depois de vê-lo, conclui que não o lembrarei como um dos melhores filmes que já vi, mas não me senti enganado nas minhas expectativas.